Por Arcione Viagi
Estamos iniciando um novo ciclo e o momento é de reflexão. Devemos escolher quais serão as nossas “motivações” para direcionarem nossos esforços em busca de uma vida melhor.
Parece simples, porém, fazer exercício sobre o futuro é sempre difícil e em muitos casos até doloroso e por isso na maioria das vezes adiamos ou até mesmo deixamos que o acaso se encarregue de escolher tudo para nós.
Digo que é doloroso porque quando pensamos sobre isso nos deparamos com nossas fraquezas e vemos o resultado de nossa falta de objetivos. Para ter uma ideia, em uma das disciplinas que ministro em cursos de pós-graduação existe um tópico em que descrevo a teoria sobre o tema e para estimular os alunos a pensarem a respeito, apresento alguns fatos e números de nossa realidade.
O impacto desse exercício é enorme, recebo diversos relatos de pessoas que perderam noites de sono porque se viram totalmente fora da realidade, outros concluíram que já viveram mais de 50% de sua, eventual vida, e não vislumbram alcançar a liberdade de decidir seu próprio futuro.
O caso mais significativo ocorreu no Triangulo Mineiro. Um executivo quis falar comigo depois de uma aula e relatou que estava perdido em relação ao futuro e que vinha tendo alguns momentos de depressão. Tinha 48 anos, sofria pressão diária no emprego e por isso estava fazendo aquele curso. Não conseguia manter mais a qualidade de vida da família e só via a situação piorando. Havia concluído que vários fatores estavam interligados. Na empresa, uma nova política de contratação de jovens talentosos e estimulados para obter resultados e galgar cargos mais altos em pouco tempo. Em casa, três filhos estudando com custo mensal perto de R$ 10 mil e despesa total passando dos R$ 17 mil. Profissionalmente, muito especializado e com poucas opções no mercado caso decidisse ou precisasse de um novo emprego. Na família, irmão desempregado, pais e mães do casal com problemas financeiros e precisando de ajuda.
Expliquei que um psiquiatra uma vez havia definido aquele problema como uma situação em crescimento dentre os profissionais a partir do inicio dos anos 1990 e denominava o fenômeno como “geração sanduiche”. Ou seja, uma geração de profissionais que vive o dilema da competição no mercado de trabalho e de mudanças na vida pessoal, onde os filhos se mantém dependentes por mais tempo e cujos pais têm deficiências orçamentarias.
Na verdade, a solução para esse e outros problemas que cada pessoa tem não é fácil, mas pior é não conhecê-los. Assim, recomendo que cada um faça sua reflexão, analise os fatos e identifique os problemas. Comece o ano sabendo quais são suas prioridades. Sabendo que não dá para tentar solucionar tudo sozinho. Muitos problemas se resolvem quando todos os envolvidos tomam ciência de sua existência. Organize suas prioridades e compartilhe com todos envolvidos. O desânimo inicial irá se transformar em objetividade e ficará mais fácil construir os caminhos para atingir objetivos.
Arcione Viagi é consultor empresarial.
Contato: vitalconsultoria@gmail.com
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